De abrir a porta.
A tua porta,
Essa que me separa
Do teu mundo.
Desconheço,
Por prazer ou sufoco,
O que está para lá
Do ar enferrujado
Pelo tempo
Que nos foge.
Levo a mão ao puxador
Pintado num dourado,
Cor dos teu olhos esguios.
Não tenho medo. Agora.
Amanhã não sei
Se o vento terá força
Suficiente para me empurrar
Na tua direcção,
Na direcção da tua porta.
Vermelha,
Cor de sangue
Que corre no rio
Ali, prostrado ao teu lado.
Nunca é tarde.
Hoje não é.
Amanhã logo vejo.