quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tento nem me lembrar para não ter que esquecer


Foto by Me

Até podes esquecer que não me amas
mas eu recordo.

É um tormento que carrego no ombros.
Diariamente vejo o teu sorriso nas estrelas
Sinto o teu aroma na brisa que inunda o meu quarto
As tuas lágirmas na chuva que cai
A tua leveza na ave que paira sobre mim
O teu corpo no veludo das pétalas de uma rosa.
Não quero.

Tento nem me lembrar...

Corri este e o outro mundo
Escorreguei no teu regaço
Para quê?
Um pouco de nada é tudo o que me resta.

Memórias vazias de esperança
Cheias de ilusão.
Histórias de encantar
Segredadas ao teu ouvido
Sabes?
Tento nem me lembrar...

Não sei mais quem sou
nem tão pouco de onde venho
quanto mais para onde vou.
Estou à deriva
que nem navio pronto a naufragar.

O fundo sombrio
é o meu destino.
Chamo por ti e
Silêncio é tudo quanto oiço.
Eis me aqui
E agora?

Tento nem me lembrar para não ter que esquecer


domingo, 25 de novembro de 2012

É preciso amar como se não houvesse amanhã...

Oiço vezes sem fim o mesmo som.
Não me sai da cabeça
Este tilintar surdo e insuportavél
É como o pêndulo de um relógio de parede (entendem?).

Tic Tac, uma e outra vez...

Sinto que a qualquer momento
me vou perder
num mar lamacento.
Esbracejo na tentativa de me libertar
Estou cada vez mais fundo.
Na minha cabeça soa aquele som.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac.

Em meu redor
nada mais existe do que isso mesmo.
Um vazio eterno
rodeado de trevas e desprezo.

Uma bomba relógio
vislumbra-se no horizonte.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac.

O som é ensurdecedor
e bem que pode ser hoje.... ou amanhã.
Tudo em mim é inserto.
O meu eu, a minha existência, a minha alma,
essa alma nua e sem brilho.



...Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac

domingo, 18 de novembro de 2012

Não era pedir demais...



E quem sabe?

O inferno persegue-me.
Sinto as labaredas violentarem-me a face.

Não era pedir demais...
Será?

Olho para o fundo da rua
e vislumbro um pequeno vulto.

Não era pedir demais...

Caminhas na minha direcção
Mas sinto-te longe.
Longe.

Não era pedir demais...

Estendo-te a mão.
Mais um pouco.
Agarro o teu olhar e fixo-o no meu.
Não consigo fugir.

Não era pedir demais e... TU gostavas de mim.



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Saudade II

Foto by Me

Quis o mundo que o momento fosse assim.
De Saudade.
De Angustia, incompreensível é certo.
De Vontade.
De Querer.
De Querer muito e muito mais do que a razão aconselha.

Indefinido.
Constrangido.

São assim os rasgos do coração
as incertezas de amanhã
as duvidas da ilusão
as crenças de uma luz vã.

Rimas incertas
palavras repetidas lançadas mar
disparadas que nem setas
prontas para qualquer esperança matar.

Não sou eu que escrevo.
És antes tu. Saudade.
Puta de palavra que nos custa repetir
que nos faz sofrer em silencio eterno
reprimida vontade de soluçar,
movimento impulsivo, repentino e violento.

Se tu soubesses como doí.
Não te preocupes.
Não sou eu que escrevo,
és tu Saudade.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Preciso de ti

Preciso de ti.

"Eu?"

Sim tu.
Entra. A porta está aberta
Preciso de ti para me encontrar.

"De mim?"

Sim, de ti. Entra por favor.
Fecha a porta. Está frio.

"Não entendo..."

Anda. Junta-te a mim. Sim, aqui mesmo.
Puxa a manta e aconchega-te.
Ponho mais lenha?

"Não."

Aconchega-te. Está frio.

................

Sentes? Bate assim desde aquele dia.

"Não me conheces."

Posso? Segura a minha mão. Está gélida como a minha alma.
Até hoje tem sido assim. Vamos mudar o mundo?

"Como?"

Simples.
Sonha comigo :)

":)"

Preciso de ti sabias?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Rosto Pálido

Abri uma janela.

Não, abri A janela.
Exacto. Essa mesmo.

Uma teia solta-se lá bem do alto,
escorrendo-te pelos braços caídos
desnudados de pele...
soberbos!

Uma brisa entre sem pedir licença
Um remoinho ferve o meu corpo.

Era branca como a cal,
serena como a neve.

O teu rosto.
Diferente de todos.
Igual a nenhum a nenhum outro.

Fingi que não percebi que entraste.
O teu mel é doce,
quente como o sol da manhã,
eterno como o amor,
suado pelo sexo que exala dos teus poros.
Hummmm...

A tua boca,
a tua pele,
o teu cheiro,
a tua melancolia,
a minha ansia,
os teus gestos,
a minha paixão.

Tu.
Eu.

Nós?

Não sei...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Partilha

Partilha hoje.
Deixa-te levar pela corrente
Sente o que corre nas tuas veias
e partilha.


Partilha o passado.
Senta-te por um segundo
sente a tua alma
e partilha.



Partilha o futuro.
Alimenta os teus sonhos
deixa que mundo comande a vida
e partilha.



Partilha o caos.
Refugia-te nas raízes
que te prendem à terra
mas... partilha.


Partilha ontem, hoje, amanhã e sempre.


Tudo faz sentido assim. Tenta ;)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Inspiro

Inspiro.
Respiro tudo o que me rodeia.

O teu corpo despido
pele singela
olho franzido
boca esbelta

Inspiro.
Respiro o teu ar.

Pernas soltas
leves
cabelo negro
fugidio
perdido pelas costas
mãos longe de mim.

Inspiro.
Respiro-te.

Soltas um suspiro
levanta-se uma bruma
o luar espreita lá do alto
dois corpos vazios
de preconceitos...
solta-se o beijo
e por um segundo
o dia fez sentido.

Inspiro-te.

Chama o meu corpo
pelo teu...

Inspira...

sábado, 3 de março de 2012

“Saudade

É um dia de Setembro como tantos outros
Lá fora o vento uiva por entre os ramos
Despidos.
A chuva salpica a minha cara de Saudade
Saudade do teu toque, doce, leve, único

Saudade…

É um dia de Setembro com tantos outros
Cruel.
A tempestade cai sobre mim
Ouves?
É saudade, de ti, do teu cabelo solto ao vento
Da tua pele morena pintada pelos raios de luz
Dos teus olhos quentes como o mel

É saudade


Oiço o mundo declamar o teu nome.
Por entre vales e montanhas corro
Louco, perdido pelo medo e...
Sempre sempre a saudade

Lá fora,
lá fora é um dia como tantos outros
Tantos…
Sentes?

Limpo a cara suja pelo solidão
Uma lágrima de chuva
Um soluço de aflição
Um eterno querer amar
Só a ti…


Sinto Saudade”

quinta-feira, 1 de março de 2012

Rewind

A 14 de abril de 2007 o "piano" soava assim:

"nasci ao som de um silêncio
nasci para te denunciar
nasci para te amar em silêncio
o meu piano não tem teclas
pois não
mas fala
e gosto de o ouvir
é assim como um sussurro de uma aragem fria por entre as folhas de uma vida
nasci ao som do silêncio
mas vou aprender a tocar
baixinho para não te incomodar
baixinho para te amar
ao som do meu piano sem teclas"

...voltei