terça-feira, 8 de abril de 2014


Meia noite e quinze. Meto a chave à porta, dou 4 voltas (a chave, não eu) entro, pouso as chaves junto de uma publicidade perdida em cima da mesa que ocupa o hall. Caio no sofá. Literalmente. Chego do cinema, "Sei Lá" era assim o titulo, e podia contar uma monstruosidade de barbaridades a propósito do mesmo. Podia mesmo. Não me dou por arrependido, mas "sei lá" tão pouco me apetece falar sobre.

Em casa manda o silêncio. Não que o tenha convidado a entrar, são apenas razões das circunstâncias (ou lá como dizem ou intelectuais). A janela da sala dá para a varada. Lá fora correm os carros pela avenida, vêem-se luzes ao longe e um infinito que os olhos não avistam. Sim eu sei, tinha prometido não contar barbaridades. E não, não vou falar do filme, mas há promessas que devem ser escritas para quebrar.

Sinto saudades.
Não de quebrar regras ou promessas "escritas no ar". Mas sinto saudades. Não sinto saudades de sair à noite, não sinto saudades dos amigos (sei que os verdadeiros estão sempre presentes), não sinto saudades de locais, não sinto saudades de viajar ou da futilidade de ter um carro melhor do que aquele que tenho agora. Não sinto saudades de nada disso. Sinto antes saudades do que, verdadeiramente não tenho. Não são objectos, não é o dinheiro que me "falta" todos os dias, não é do sol que teima em não aparecer, nao é nada disso. "Então, o que é?" Não é o quê.

Tu sabes.