domingo, 25 de novembro de 2012

É preciso amar como se não houvesse amanhã...

Oiço vezes sem fim o mesmo som.
Não me sai da cabeça
Este tilintar surdo e insuportavél
É como o pêndulo de um relógio de parede (entendem?).

Tic Tac, uma e outra vez...

Sinto que a qualquer momento
me vou perder
num mar lamacento.
Esbracejo na tentativa de me libertar
Estou cada vez mais fundo.
Na minha cabeça soa aquele som.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac.

Em meu redor
nada mais existe do que isso mesmo.
Um vazio eterno
rodeado de trevas e desprezo.

Uma bomba relógio
vislumbra-se no horizonte.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac.

O som é ensurdecedor
e bem que pode ser hoje.... ou amanhã.
Tudo em mim é inserto.
O meu eu, a minha existência, a minha alma,
essa alma nua e sem brilho.



...Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac

domingo, 18 de novembro de 2012

Não era pedir demais...



E quem sabe?

O inferno persegue-me.
Sinto as labaredas violentarem-me a face.

Não era pedir demais...
Será?

Olho para o fundo da rua
e vislumbro um pequeno vulto.

Não era pedir demais...

Caminhas na minha direcção
Mas sinto-te longe.
Longe.

Não era pedir demais...

Estendo-te a mão.
Mais um pouco.
Agarro o teu olhar e fixo-o no meu.
Não consigo fugir.

Não era pedir demais e... TU gostavas de mim.



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Saudade II

Foto by Me

Quis o mundo que o momento fosse assim.
De Saudade.
De Angustia, incompreensível é certo.
De Vontade.
De Querer.
De Querer muito e muito mais do que a razão aconselha.

Indefinido.
Constrangido.

São assim os rasgos do coração
as incertezas de amanhã
as duvidas da ilusão
as crenças de uma luz vã.

Rimas incertas
palavras repetidas lançadas mar
disparadas que nem setas
prontas para qualquer esperança matar.

Não sou eu que escrevo.
És antes tu. Saudade.
Puta de palavra que nos custa repetir
que nos faz sofrer em silencio eterno
reprimida vontade de soluçar,
movimento impulsivo, repentino e violento.

Se tu soubesses como doí.
Não te preocupes.
Não sou eu que escrevo,
és tu Saudade.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Preciso de ti

Preciso de ti.

"Eu?"

Sim tu.
Entra. A porta está aberta
Preciso de ti para me encontrar.

"De mim?"

Sim, de ti. Entra por favor.
Fecha a porta. Está frio.

"Não entendo..."

Anda. Junta-te a mim. Sim, aqui mesmo.
Puxa a manta e aconchega-te.
Ponho mais lenha?

"Não."

Aconchega-te. Está frio.

................

Sentes? Bate assim desde aquele dia.

"Não me conheces."

Posso? Segura a minha mão. Está gélida como a minha alma.
Até hoje tem sido assim. Vamos mudar o mundo?

"Como?"

Simples.
Sonha comigo :)

":)"

Preciso de ti sabias?