segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Trevas


Fede a morte no n13.
As ruas desertas
Alimentam o medo
Dos que aqui vivem.
O sol não brilha,
A chuva cai incessantemente,
E o céu ilumina-se pela trovoada estridente.
Ao virar da esquina
Uma alma moribunda
Vagueia na penumbra.
Não existem reflexos
Sombras
Ou vida para além dela.
Os dias prolongam-se
Noite após noite,
Trevas sem fim à vista.
Vale-lhe o ar que respira
E que a mantêm agarrada
Aquilo a que ousam chamar vida.
De vez em quando
Sucumbe à solidão,
Essa que a persegue
Até ao fim dos seus dias.
Fim esse anunciado à muito,
Preso pela incapacidade
De pôr termo à vida.
Olha para o relógio,
Horas não tem,
Há muito que deixou
De haver tempo
Naquele canto
Junto ao n13.
Esconde o rosto pálido
Com um xaile negro,
Roda a chave
Sobre uma fechadura ferrugenta,
Empurra a porta
E entra num mundo
Que é só seu,
Imune a paixões
Amores
Ou enganos.

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